Recentemente fizemos uma live para falar do assunto lá no insta da Laine e nada mais justo do que trazer o assunto para cá! O tema é amplo, vasto e vale a pena ser estudado mais afundo, mas hoje vou dar uma bela resumida para vocês!
Sororidade passou a ser um conceito mais conhecido por muitas pessoas após a Manu Gavassi mencioná-la no BBB 20, mas ainda hoje poucas entendem o que realmente é isso.
O Conceito
A palavra Sororidade vem do latim Soror, que significa “irmã”, e o conceito representa a união entre mulheres, convidando-as a se reconhecerem como irmãs e formar grupos de apoio e luta pelos direitos.
A americana Kate Millet trouxe esse conceito nos anos 70, buscando construir uma união de irmãs que fortalecesse a luta pela libertação das mulheres. Com o tempo o conceito trazido por ela mudou, pois foi preciso entender que mesmo todas sendo mulheres, cada uma sofria de um jeito diferente conforme sua classe social, etnia, orientação sexual, religião e afins.
Ter empatia por todas as mulheres é importante para que possamos evoluir juntas, e diminuir as diferenças que sofremos.
A palavra é muito usada para contrastar o conceito de fraternidade, e se você parar para avaliar em vários conceitos sociais a ideia de fraternidade exclui mulheres e coloca os homens como grandes amigos, fieis e mais confiáveis. Eles têm seus códigos de honra e sempre estão um pelo outro.
Isso não acontece com as mulheres por motivos históricos: com o estabelecimento do patriarcado há muitos anos atrás, as mulheres passaram a perder o seu valor e com isso passaram a vender a ideia de que mulheres não são boas amigas, são invejosas, não são confiáveis, estão sempre em disputa com as outras, e por aí vai.
Isso tudo se deu pois, quando mulheres estão disputando sobre si e sendo inimigas, não existe espaço para a união e se eu não me uno com outras, continuamos sem poder. O sistema patriarcal subjuga as mulheres e faz com que elas também permaneçam fazendo isso.
Com o tempo as mulheres lutaram e começaram a adquirir seus direitos e esse conceito vem ficando cada vez mais necessário. Estamos começando a ver um mundo onde mulheres se apoiam, se acolhem e se unem para uma luta em conjunto, seja na política, cultura ou qualquer outra instância!
Não sentimos as mesmas dores
Claro que, dentro dessa luta, os direitos adquiridos são diferentes para cada mulher. Estamos todas no mesmo oceano, mas cada grupo de mulheres tem barcos diferentes e algumas às vezes nem barcos tem! E é super importante levar isso em consideração quando tratamos do tema, porque se eu quero exercitar a sororidade, preciso entender que a minha dor e de outra mulher podem ser diferentes.
Uma mulher negra ou indígena com certeza terá mais dificuldades em suas lutas do que uma mulher branca, pois junto com o machismo elas enfrentam ainda o racismo. Uma mulher moradora de comunidade tem mais dificuldades que uma mulher moradora de um condomínio de luxo, pois há preconceito de classes e um sistema econômico pesado contra ela.
O mesmo acontece com homossexuais, mulheres trans e tantas outras que são marginalizadas.
Como praticar a Sororidade
Ter empatia por todas as mulheres é importante para que possamos evoluir juntas, e diminuir as diferenças que sofremos. Para vocês terem ideia, nossas conquistas são muito recentes, como o voto que só virou um direito em 1932 (e ainda assim só para algumas mulheres). Precisamos mudar muita coisa ainda!
Sobre o conceito é importante entender também que você não precisa amar todas as mulheres, mas aprender a não odiá-las apenas por serem mulheres.
Repense seus conceitos:
- Você odeia a ex do seu atual? Ela te fez algo ou você só reproduz o que te ensinaram?
- Você julga roupas e comportamentos de outras mulheres? Isso realmente é algo que faz sentido ou você foi ensinada a agir dessa maneira?
- Você culpa a mulher por ser estuprada pela roupa que ela usava?
- Você sempre acha que ser amiga de homens é melhor porque as mulheres sempre estão competindo?
- Você está sempre se comparando a outras mulheres e competindo com elas?
- Quando você aprendeu que a vida era assim?
Somos bombardeadas de cultura machista que vende vilãs, mulheres que disputam, mulheres que roubam maridos, mulheres ruins, sempre lutando umas com as outras. Isso tudo entra em nossos inconscientes e acabamos reproduzindo em nossas vidas.
Que tal mudar essa realidade?
Atue: Acolha mulheres, coloque-se no lugar delas, julgue menos, compre de mulheres, contrate mulheres, reconheça que do outro lado tem um ser humano e não uma inimiga, repense seus comportamentos e inseguranças com relação a elas.
Juntas podemos mudar a realidade de muitas mulheres! Caso tenha se interessado pelo assunto, leia mais sobre o tema, procure saber mais e se envolver com o assunto, você só tem a ganhar!
Aproveite e convide suas amigas a saberem mais sobre o assunto também. Compartilhe esse texto com elas e vamos juntas criar uma rede de mulheres empoderadas e unidas que apoiam umas as outras!
Debora Barros
Apoiando a transformação da sua autoimagem e melhora da sua autoestima.